Não dá mais para ser livre!

Minhas raízes são minha família. Não vivemos um sem o outro. Se um irmão se mete em apuros, lá vamos os quatro juntos resolver. Ligo para minha irmã umas 3 vezes (temos net phone) por dia só para fazer algum comentário que geralmente não é relevante. Ligo para minha mãe para falar que estou vendo alguma coisa legal na rua ou contar alguma novidade ou fofoca leve. Minhas raízes preservam minha sanidade.

Também tenho asas. A mesma família que descrevi acima ficou cinco anos sem me ver pessoalmente porque caí no mundo. Porque essa foi a forma de me encontrar.

E me encontrei. Gosto de viver com pouco. Gosto de comprar sapatos que sejam confortáveis porque nunca sei o que uma dia me trará: uma longa caminhada ou uma nova viagem. Gosto do meu ultrabook para trabalhar e usar o internet banking e do meu telefone com uma boa câmera.  Não gosto de me vincular a planos de telefonia, nem de TV e nem de juntar tralhas que ficarão amontoadas. Gosto de estar sempre pronta para partir, se for preciso.

Mas o mundo não deixa mais. Eu queria comprar um smartphone top de linha. Porque quero a câmera e inúmeros outros aplicativos que me serão úteis para a vida que escolhi. Mas ele custa caro. Então embarquei numa jornada pelas operadoras porque vincular o smartphone a um plano o torna mais barato.

A cada explanação o que eu via eram correntes e cadeados me trancafiando a faturas e leis sem fim. Tudo o que eu queria era um smartphone top de linha desbloqueado para ser livre. Para hoje colocar meu chip locale, e não ser impedida de amanhã, se quiser , colocar um chip de Pindamonhangaba. E depois de amanhã um chip neozelandês, ou quem sabe um chip do sudoeste francês. Cada dia um chip diferente. E movida ao wi-fi dos lugares por onde eu passar.

Para mim isso é liberdade.

Mas hoje em dia está difícil. Porque mesmo se eu escolher não me vincular a um plano pós-pago e comprr o smartphone top de linha para inserir meu chip pré-pago, o que acontece¿ O chip desse específico smartphone top de linha é mini, de um tamanho diferenciado.

O que faço¿

Dizem na internet que basta cortá-lo com uma tesoura e inserí-lo no aparelho.

Mas aí eu perco a liberdade de, se amanhã bem entender, voltar a ter um telefoninho simples que só aceita chips de tamanho convencional.

Não dá mais para ser livre mesmo. Saco!

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